sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Fazcultura apoia programação cultural do verão baiano

Incentivos do Fazcultura promovem variedade de eventos culturais no verão baiano

O verão de Salvador é sinônimo de cultura, arte, sol, praia e turismo. Para não decepcionar baianos e turistas, este ano, o Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural (Fazcultura), por meio de renúncia fiscal, está investindo R$ 2,8 milhões em mais de 15 eventos, alguns únicos, outros que permanecem ou vão acontecer depois da estação. Um dos evento apoiados foi a Enxaguada Du Bonfim, no Museu Du Ritmo, localizado no Comércio, cheia de sincretismo e referências da cultura baiana.

 Após os oito quilômetros percorridos por milhares de baianos e turistas na manhã de quinta-feira (12), a Lavagem do Senhor do Bonfim, muita gente ainda teve energia para esticar até a Enxaguada, realizada há dez anos, em Salvador, pelo músico Carlinhos Brown, que dividiu o palco com convidados como Mariene de Castro, Nelson Rufino, Diogo Nogueira, Jorge Aragão e Mukindala. Para o anfitrião da festa, o apoio do Estado é fundamental. “Desde quando chegamos aqui, para cuidar do Museu Du Ritmo, trabalhamos para fazer acessível e possível esse tipo de festa, o que só é possível com o Fazcultura, através dos nossos apoiadores. Aqui, não é uma festa que visa o lucro monetário, mas sim o benefício cultural. As pessoas vieram prestigiar esses artistas maravilhosos num dia tão especial, tão rico. Estamos muito felizes”.

 Segundo o superintendente de Promoção Cultural da Secult, Alexandre Simões, o Fazcultura concede benefícios fiscais no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) para empresas que queiram investir nas diversas atividades culturais no Estado. “A dimensão econômica dessa atividade é fundamental porque movimenta as cadeias produtivas. O segmento da música, por exemplo, é uma cadeia que se relaciona com o turismo e atrai para a Bahia, a partir destas expressões artísticas, pessoas que geram renda e distribuem riquezas”.

 Realizado por meio de parceria entre as secretarias de Cultura (Secult) e da Fazenda (Sefaz), o Fazultura integra o Sistema Estadual de Fomento à Cultura, composto também pelo Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). De acordo com Alexandre Simões, o programa vem concedendo benefícios desde 2005 da ordem de R$ 15 milhões para estímulo às diversas atividades. “O Governo do Estado participa diretamente no incentivo destas atrações, via o FCBA e o Fazcultura, que fomentam as principais atrações do verão soteropolitano”, afirma superintendente.

 Brasil Guitarras

 Além do axé, do samba, das músicas de matrizes africanas da Enxaguada, o Fazcultura também abre espaço para muitos outros ritmos no verão da Bahia, como para o rock. Gratuito, o 'Brasil Guitarras', realizado no Farol da Barra, no último sábado (7), atraiu milhares de baianos e turistas, que foram conferir os estilos e técnicas diversificados de dez dos maiores guitarristas do Brasil. Subiram ao palco Armandinho Macedo, Robertinho de Recife, Edgar Scandurra (Ira), Frank Solari, Davi Moraes, Kiko Loureiro (Megadeth e Angra), Luiz Carlini (Tutti Frutti), Marcelo Barbosa (Angra), Toninho Horta e Andreas Kisser (Sepultura).

 Guitarrista do Sepultura, uma das bandas brasileiras com maior projeção internacional, Andreas Kisser disse que o investimento público em cultura é fundamental. “Sempre que se fala em crise, a primeira coisa que fazem é cortar a verba da Cultura, e isso não é somente no Brasil, é no mundo inteiro”. Para Edgar Scandurra, consagrado pelo pop rock nacional dos anos 80 no Ira, o evento falam muito sobre as prioridades de gestão. “É a primeira vez que toco no Farol da Barra. Já toquei em Salvador, com o Arnaldo Antunes, com o Ira, mas, aqui, no Farol é a primeira vez. Eu acho que promover a cultura é um dos objetivos de uma boa gestão. A administração pública tem que levar arte para o povo, as pessoas têm que ocupar as praças e áreas livres com cultura”.

 Diversidade aprovada pelo público. Artista plástico de 52 anos, Rui Santana disse que os músicos que se apresentaram são referência. “Eu acho fantástico. No verão de Salvador é muito difícil se ver algo que não seja carnavalesco. A Bahia é muito mais do que isso. E também é uma reunião de guitarristas de ponta. Eu acho que a Bahia está de parabéns. Quero que continuem promovendo eventos assim. Isso nunca existiu em Salvador, tem que ter muito mais”.

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